Do lado de dentro, mas de camarote

Tem coisas que só o camarote faz por você!

A gente sabe bem que assistir a um show na pista, balançando a cabeça com os malucos é animal!
Ninguém nega que a "vibe" (só pra não deixar de citar uma gíriazinha mais íntima dos últimos tempos) que se curte com a galera lá no meio é mais foda do que qualquer coisa.

Mas há tempos em que pegar um camarotezinho não faz mal a ninguém.

E esse é o tempo.
Está excelente assistir de camarote um monte de coisas.
Essa posição te traz o conforto de não se expor com nada e não se indispor com niguém. Claro que tem desvantagens, como tudo nessa vida.
Mas em tempos em que a preguiça te faz dar um braço pra não entrar numa encrenca, o camarote é mesmo a melhor opção. Nem que ele custe mais caro...

Porque afinal de contas, "a maior benção que um ser humano pode ter é poder contemplar sozinho a capacidade que seu semelhante tem de ser estúpido".

Só mais uma coisinha: AFFFFF....

O que os olhos não vêem...

...o coração não sente!

Sei lá quem inventou essa frase, mas o cara era um observador muito bom do comportamente humano.

Como ficam fáceis as realações conflituosas quando o contato entre as pessoas se torna escasso!

Não tenho mais me preocupado em desvendar os mistérios da mente humana. Como já desisti da psicologia faz algum tempo, deixo isso pra quem é de direito. Mas o fato de não ter minimamente o domínio no âmbito das respostas que eu procuro me deixa, além de muito frustrada, muito, muito brava.
Não sei mais quanto tempo isso vai durar (e tomara que dure mais muito pouco!), mas quando passar, quero olhar para trás e respirar aliviada e não deixar mais acontecer.

Quem é competente?

Não que eu seja fanática pelas idéias cartesianas, mas o cara mandou bem quando afirmou que bom senso é aquilo de que todos se julgam suficientemente providos, a ponto de ninguém admitir que precisa mais do que tem.
Algo particularmente semelhante acontece com a idéia de competência.
Poucos são capazes de assumir, de bom grado, a carência de competência e, menos ainda, a condição de incompetência.( E, claro, o velho Nietzsche me vem à mente, mas não é esse o mote de hoje).
A palavra competência, em sua etimologia, deriva de com + petere que em latim significa pedir juntos com os outros, buscar junto com os outros.
Logo, deduz-se que aquele que não sabe pedir ou buscar junto com os outros é um incompetente.
A competência é um atributo das pessoas, exerce-se em um âmbito bem delimitado, está associada a uma capacidade de mobilização de recursos, realiza-se necessariamente junto com os outros, exige capacidade de abstração e pressupõe conhecimento de conteúdos.

Daí me faço a seguinte pergunta: quem é que consegue fazer tudo isso, em qualquer lugar, o tempo todo?

A resposta é simples: não se consegue!
O que quero dizer é que se pode ser competente sim, mas em determinados momentos, ambientes específicos, limitados.

Aquele se mete a fazer algo com que não tem a mínima afinidade, simplesmente por achar que tem muita competência, não é competente, é arrogante!

Outro fato importante a ser observado é que, em geral a competência está associada (pelos menos atentos) a mero domínio de conteúdo técnico de uma pessoa.
Mas é preciso cuidado nesse ponto.
A competência também deve ser associada à integridade. Explico: para ser competente é preciso que se mantenha inteiro como pessoa, e ao mesmo tempo integrado ao corpo social em que se partilham valores e crenças.
Não pareceria um contra-senso considerarmos um terrorista ou um torturador como sendo competente?

Tudo bem, sei que o assunto é pano pra manga total, mas me pegou de jeito e, já há alguns dias, tem me feito refletir!

Do lado de fora...

É, em tempos de esgotamento físico a impressão que tenho é a de que nunca mais vou conseguir fazer nada funcionar.
Fico me perguntando se a idade faz coisas como te limitar a ser capaz de fazer mil coisas ao mesmo tempo. Lembro que antigamente conseguia me comportar muito melhor em tempos de excessos de trabalho, idéias, projetos e responsabilidades. Ou então, o que eu achava que eram excessos, não passavam de meia dúzia de coisinhas para fazer.
Enfim, o dia não tem 38 horas como eu gostaria que tivesse e nem meu corpo consegue se livrar do péssimo hábito de dormir 5 horas por dia.
Pior é que em tempos assim, o sono é atormentado pelos já tão íntimos "demônios".
Eles vêm te presentear com noitadas de terror só pra te lembrar que quem manda nessa porra, afinal, ainda são eles.E isso até que é bom, porque se for pensar, é uma coisa a menos pra se preocupar.

E, daqui onde estou, nem me parece assim tão difícil fazer as coisas andarem. O problema é que nem sempre eu consigo ficar nesse lugar.