Qui tacet, consentire videtur

OLHAR EM VOLTA E ACHAR TUDO ESTRANHO E DIFERENTE, QUANDO TUDO SEMPRE ESTEVE IGUAL, INDICA QUE SEUS DIAS DE ESTUPIDEZ ACABARAM. A MAIOR BENÇÃO QUE UM SER HUMANO PODE TER, É PODER CONTEMPLAR SOZINHO A CAPACIDADE QUE SEU SEMELHANTE TEM DE SER ESTÚPIDO. "Que Deus me defenda de mim, da natureza que me foi inculcada".(Nietzsche, F.W.)

Thursday, July 25, 2013

Das tentativas de encaixar um cubo dentro de um cilindro e das relações humanas

Não é religião. É matemática. Para que um cubo caiba "perfeitamente" dentro de um cilindro (matematicamente, dizemos que o cubo está inscrito no cilindro), é necessário que a diagonal da face do cubo tenha mesma medida que o diâmetro da base do cilindro. Além disso, a altura do cilindro deverá ter mesma medida que a aresta do cubo. Mesmo assim, nesse suposto encaixe perfeito, há espaços que não são preenchidos. Isso é matemática Nas relações humanas a coisa não acontece de forma tão diferente. Naturalmente, um ser humano é diferente do outro. Uns são cubos, outros, cilindros. Quando as pessoas estabelecem relações, esperam que suas vidas, de algum modo, se encaixem umas nas outras. Alguns conseguem que suas vidas se encaixam tão bem que, matematicamente falando, elas ficam circunscritas umas às outras. Outras nem tanto. Mesmo assim, aquelas cujo encaixe não é tão perfeito, acabam sendo relações interessantes - se for esse o desejo dos envolvidos -, dado que, como seres adaptáveis, os humanos procuram sempre se modificar (costumamos chamar isso de "evoluir"), e acabam por 'aparar' suas arestas a fim de que o encaixe seja cada vez mais perfeito. Os espaços 'vazios' que 'sobram' desses encaixes, espera-se, deem ser preenchidos por outras tentativas de encaixe com diferentes indivíduos. E assim, teoricamente, preenchemos nossa vida de relacionamentos. O problema: e quando nos deparamos com indivíduos que aparentemente se encaixariam em nossas vidas mas, quando uma análise mais apurada é feita, concluímos que o encaixe está longe de ser perfeito? O problema não existiria, caso os envolvidos desejassem 'aparar' suas arestas. Mas, e quando isso não acontece? Em geral, o que as pessoas tentam fazer é forçar o encaixe. E, nessas, acaba acontecendo o inevitável: um desgaste natural das 'peças', gerando aborrecimentos, contrariedades, conflitos, mágoas, rancores... E as relações acabam por não se efetivarem como deveriam. O que precisamos aprender é que, se as nossas 'medidas' não forem compatíveis com as daqueles com quem, de longe, achávamos que poderíamos nos relacionar, devemos: 1)ou aparar nossas arestas e acordar com o outro que faça o mesmo; 2) ou abandonar o projeto de encaixe. Evitamos assim desgastes e frustrações desnecessárias para a nossa "evolução".

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