Dogville

Os cães ladram...

O velho ditado diz que "os cães que ladram não mordem."

Depende. Uns ladram, mas bem baixinho. E mordem. Mordem bravo mesmo.

É hábito, na linguagem coloquial, associarmos os cães aos piores seres, acontecimentos ou fatos.

" Essa pessoa é pior que um cão "
" Nem um cão sarnento merece isso! "
" Ele parece um cão chupando manga "
" É uma cadela, isso sim! "

Por outro lado, outro ditado diz que:"o cão é o melhor amigo do homem".

Motivada pelo filme Dogville, ando pensando há alguns dias (precisamente desde que assisti ao filme) sobre os cães.
É claro que sei que, você leitor, compreende que meus pensamentos não se limitam ao ser vivo da espécie canina. Claro que não! Minhas elocubrações vão além da questão puramente literal.
Me pergunto se os 'homens' que se comportam como 'cães' são realmente perigosos. Eles precisam ladrar para que saibamos que não nos morderão? Ou será que mesmo os que ladram vão morder?
E aqueles que mordem, mordem a todos, indistintamente?
E como os mordidos devem se comportar? Devem morder também, ou devem ficar na posição de vítima o tempo todo?

Eu já fui mordida várias vezes, assim como mordi também.
Já me coloquei como vítima, quando fui mordida.
E já passei períodos mordendo a todos, indistintamente.

A protagonista do filme foi mordida, tentou se refugiar numa cidadezinha aparentemente dócil, que aos poucos se mostrou um pitbull faminto.
Ela se vitimizou, porque acreditava que os 'cães' da cidadezinha conseguiriam, através de seu próprio exemplo, voltar a ser 'cães' dóceis.
Estava enganada.
Preferiu, no final, andar ao lado de cães de verdade, isso é, aqueles que ladram sim e mordem sim. Mas somente quando acham necessário, de acordo com as suas regras.

Pois então que seja assim: vou andar ao lado de 'cães' que ladram e mordem, autenticamente.

Roupa Nova, mas Suja!

Quando a paciência acaba, o que acontece é que, por força do hábito, tendemos a mandar tudo às favas e a vontade de sair correndo vem com toda a força do mundo.
Pois é...
A paciência está prestes a acabar.
Ainda não consigo lidar muito bem com algumas situações, tais como, pessoas querendo o tempo todo me "(re)transformar" em algo que já deixei de ser há tempos.
Daí, o acontece é que, quando a paciência acaba, a gente acaba também mandando esse povo ir "praquele" lugarzinho...
O foda disso é que, já me adaptei a não mais ter esses acessos de rebeldia, mas quando a paciência acaba...

O Millôr escreveu uma crônica da qual sempre me lembro em ocasiões como essas: o mote básico da tal crônica era "Não há nada nesse mundo de linguagem que substitua com um sinônimo mais eufemístico um bom 'Vai tomar no cu!', em algumas situações".

Pois é...e quando a paciência acaba...

Então, a paciência está no fim...aliás, acabou. Logo, um bom vai tomar naquele lugar coube bem....
Mas o mais trash disso tudo é que o interlocutor não vai conseguir (pelo menos por enquanto) entender isso como uma ajuda pra ele. Coisa do tipo: "então cara, não é nada contra você, sabe, mas que tal se você fosse tomar no cu, quem sabe assim, você pudesse olhar o próprio rabo e deixar de cuidar do dos outros".

Por que essa gente insiste em querer achar que se "preocupa" com os outros?? Essa pré-ocupação, pra mim, obriga-me a recorrer à minha "Dialética do Egoísmo".

Sugestão para 2007, esquicida de ser dada no último post: CUIDAR DA PRÓPRIA VIDA FAZ BEM À SAÚDE! FAÇA-O COM MODERAÇÃO E, EM CASO DE PERMANECEREM OS SINTOMAS DE T.O.C PELA VIDA ALHEIA, PROCURE UM MÉDICO, POIS LAVAR COM ÁGUA EM ABUNDÂNCIA CAUSA DANOS SEVEROS À MENTE.