Qui tacet, consentire videtur

OLHAR EM VOLTA E ACHAR TUDO ESTRANHO E DIFERENTE, QUANDO TUDO SEMPRE ESTEVE IGUAL, INDICA QUE SEUS DIAS DE ESTUPIDEZ ACABARAM. A MAIOR BENÇÃO QUE UM SER HUMANO PODE TER, É PODER CONTEMPLAR SOZINHO A CAPACIDADE QUE SEU SEMELHANTE TEM DE SER ESTÚPIDO. "Que Deus me defenda de mim, da natureza que me foi inculcada".(Nietzsche, F.W.)

Wednesday, October 25, 2006

A verdade é mesmo uma só

Faz tempo que não passo por aqui...

E como o tempo me engole, o mote de hoje é fazer os leitores pesarem o que quiserem sobre o que vem abaixo, principalmente, às vésperas de eleições.

Mas, caros leitores, o que se segue é para ser pensado constantemente, dez vezes ao dia...


"O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem-caráter, nem dos sem-ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons".
Martin Luther King

Tuesday, October 10, 2006

Eu e minhas "encafifações"

Pra começar, quero informar aos leitores de que ando bem estranha...
É que, ultimamente, as minhas fichas estão demorando a cair.

Explico-me: semana passada presenciei, lá na pós, uma discussão (que quase deu briga, diga-se de passagem) sobre um tema que parei pra pensar mesmo somente entre hoje e ontem.
Assistíamos a um seminário sobre Pierre Lévy (que pra quem não conhece, é um francês de uns 40 anos que explora muito o tema "espaços dos saberes").
Pra resumir, o cara, meio que na linha do Leibniz e Wittengstein - guardadas as devidas proporções - imagina que estamos a caminho de estabelecermos um espaço de conhecimento (e saberes) universal, isso é, podemos chegar ao ponto de atingirmos o que ele denomina "inteligência coletiva". (Isso, lembrou do Jung, né? Isso mesmo!)
Ou melhor, na cabeça dele, a inteligência coletiva já existe.
E daí é que partiu a discussão.

E aí fiquei eu pensando essa semana se podemos realmente atingir uma inteligência coletiva.
Porque penso eu que, conhecimento podemos, sim, (com)partilhar.
Mas e a inteligência?
Afinal, o que é inteligência?
Ela depende de que? Ela é congênita? - não desviemos para os casos patológicos de limitações no processo cognitivo.

Posso eu tomar posse da inteligência de outrem?

Será que eu quero isso?

E seu eu não quiser, estarei excluído de um contexto social no futuro?

Estou viajando demais????



P.S.: Relendo o post, achei que esse final ficou com cara de: "Ó vida, ó céus, ó azar!"

Sunday, October 08, 2006

What´s next?

Esses dias têm sido tão interessantes, que não posso deixar de registrar no meu "querido diário" as minhas impressões.
Se a idéia era me afastar cada vez mais do lago de merda - essa parábola eu nunca esqueço :) - então meu intuito está sendo cumprido.
Apesar das novas perspectivas que se mostram à minha frente (e que, devo confessar, me assutam) eu tenho, a cada dia que passa, mais certeza de que estou no caminho certo. Agora sim!
Percebo que conduzi minha vida até aqui, de maneira muito séria. Me levei muito a sério. Quis levar a cabo pecuinhas que sequer mereceriam dez minutos de reflexão.
E, no final das contas, as coisas que realmente mereciam meu cuidado, eu acabei deixando escapar.
Eu lamento agora. Do fundo do meu coração, eu lamento ter deixado escapar momentos, pessoas, que mereciam uma dedicação maior de minha parte.
Mas minha lamentação não tem aquela conotação de frustração.
Não me sinto frustrada por nada. Mas apenas lamento.
De qualquer maneira, as coisas que agora estão por vir, com certeza terão outra condução, de minha parte.

Estava lendo alguns posts atrás e como percebo claramente o quanto pude mudar em questão de tão pouco tempo.

E como alguém (who else?) me disse outro dia: "ainda que por fora pareça a mesma pessoa, eu cá comigo, me sinto bem diferente por dentro".

E o bacana é saber que "cá comigo" eu me sinto bem diferente.
Mas me pergunto se devo me preocupar com que os outros saibam disso.
Não sei. Preciso refletir mais sobre o assunto.

"A volta do filho pródigo" (um post escrito há algum tempo) tem um significado ímpar nesse momento da minha vida.
Retroceder sim...Render-se jamais.
Volto. Volto.
Mas com a certeza de que de nada me arrependo.
Se volto, são por impedimentos da vida. Mas volto também com um ser diferente dentro de mim.

Só sinto não poder compartilhar esse momento, de maneira mais sólida, com quem me ajudou a chegar até aqui.
Mas, o que fazer? Eu levei tudo muito a sério!

Wednesday, October 04, 2006

Pois é...
Ontem fui pega de surpresa com declarações de todos os tipos, inclusive às que falaram sobre como sou vista por esse mundão de Deus.
Até então essa era a última preocupação que eu tinha a respeito do mundo: o que os outros achavam de mim.
Mas, desde ontem posso dizer que estou pensando muito à respeito do que me foi dito.
Se por um lado estou bem contente com o que me disseram, por outro fiquei particularmente introspectiva - aliás, mais do que já estava.
E não é que o povo realmente repara na gente? E repara pra valer.
Isso não me causa medo, mas algum incômodo, porque se por um lado é bom ter um controle de qualidade, por outro a gente tem que se dar conta de que está a maior parte do tempo sob os olhares ferozes de todo mundo.
Eu já andava pensando em adotar novas posições frente ao mundo, e essa foi a gota d´água.

Agora, como nem tudo são flores, mas nem tudo são espinhos também...

Ontem foi um dia singular num período de muitos meses...

Estou feliz!

Tuesday, October 03, 2006

Quem não tem colírio usa óculos escuros

Estou numa época de consumismo literário absurdo.
E chego a pensar que isso tem sido um pouco prejudicial.
Mas como não quero me tornar uma idiota, nem pretendo permanecer idiota, continuo lendo.
As últimas leituras estão me trazendo algum desconforto. Mas como é confortável se sentir desconfortável com as novas descobertas!
E o mais bacana de tudo é a maneira como a gente passa a encarar os acontecimentos da vida. As coisinhas bobas do dia-a-dia passam a ter outro enfoque. As pessoas passam a ser vistas com outros olhos.

Preciso também assumir que passei uns tempos achando que tudo o que não era do meu agrado se tratava de "coisas do (ou para) o vulgo". Isso foi um impedimento temporário pra mim.
Depois que as vendas dos olhos caíram, vejo que assumi posturas que poderiam ter sido bem diferentes e que, talvez, me trouxessem menos problemas.
Enfim, como nada nessa vida tem regra, vamos indo.
E ninguém disse que o que eu penso hoje está certo.
Tomara que não! Porque se assim for, onde está a graça?

Tem momentos em que a gente precisa mesmo de óculos escuros e não de colírio