Qui tacet, consentire videtur

OLHAR EM VOLTA E ACHAR TUDO ESTRANHO E DIFERENTE, QUANDO TUDO SEMPRE ESTEVE IGUAL, INDICA QUE SEUS DIAS DE ESTUPIDEZ ACABARAM. A MAIOR BENÇÃO QUE UM SER HUMANO PODE TER, É PODER CONTEMPLAR SOZINHO A CAPACIDADE QUE SEU SEMELHANTE TEM DE SER ESTÚPIDO. "Que Deus me defenda de mim, da natureza que me foi inculcada".(Nietzsche, F.W.)

Sunday, October 08, 2006

What´s next?

Esses dias têm sido tão interessantes, que não posso deixar de registrar no meu "querido diário" as minhas impressões.
Se a idéia era me afastar cada vez mais do lago de merda - essa parábola eu nunca esqueço :) - então meu intuito está sendo cumprido.
Apesar das novas perspectivas que se mostram à minha frente (e que, devo confessar, me assutam) eu tenho, a cada dia que passa, mais certeza de que estou no caminho certo. Agora sim!
Percebo que conduzi minha vida até aqui, de maneira muito séria. Me levei muito a sério. Quis levar a cabo pecuinhas que sequer mereceriam dez minutos de reflexão.
E, no final das contas, as coisas que realmente mereciam meu cuidado, eu acabei deixando escapar.
Eu lamento agora. Do fundo do meu coração, eu lamento ter deixado escapar momentos, pessoas, que mereciam uma dedicação maior de minha parte.
Mas minha lamentação não tem aquela conotação de frustração.
Não me sinto frustrada por nada. Mas apenas lamento.
De qualquer maneira, as coisas que agora estão por vir, com certeza terão outra condução, de minha parte.

Estava lendo alguns posts atrás e como percebo claramente o quanto pude mudar em questão de tão pouco tempo.

E como alguém (who else?) me disse outro dia: "ainda que por fora pareça a mesma pessoa, eu cá comigo, me sinto bem diferente por dentro".

E o bacana é saber que "cá comigo" eu me sinto bem diferente.
Mas me pergunto se devo me preocupar com que os outros saibam disso.
Não sei. Preciso refletir mais sobre o assunto.

"A volta do filho pródigo" (um post escrito há algum tempo) tem um significado ímpar nesse momento da minha vida.
Retroceder sim...Render-se jamais.
Volto. Volto.
Mas com a certeza de que de nada me arrependo.
Se volto, são por impedimentos da vida. Mas volto também com um ser diferente dentro de mim.

Só sinto não poder compartilhar esse momento, de maneira mais sólida, com quem me ajudou a chegar até aqui.
Mas, o que fazer? Eu levei tudo muito a sério!

7 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Como sãoas coisas... sonhei com figuras de outros tempos...até aí,nada incrível. Incrível foi sentar pra dar a cagada matutina lendo o Zaratustra (?!?!?!) e me dar de cara com o antepenúltimo giro do prólogo quando ele fala justamente de algo do gênero desse post. Interessante. Crédulos falarima de uma concertação universal, quase conspiratória. Mas jamais seria. Ainda bem...
Qualquer hora te mando o tal texto.

Monday, October 09, 2006 9:00:00 AM  
Blogger Idem Ibidem said...

Jamais seria...não no nosso caso.
Mas sabe que é engraçado isso..porque ia justamente dissertar sobre o tema: somos o que lemos.
Mas como estava muito sem tempo (final de semana turbulento) só consegui fazer isso mesmo.
Mas veja como são as coisas: li Zaratustra e acho que incorporei a obra sem perceber.

Monday, October 09, 2006 9:29:00 AM  
Blogger Idem Ibidem said...

Na verdade, expressei-me mal...
Não somo o que lemos. Somos "como lemos" o que lemos.
E daí, decorre que, dependendo da época em que se lê...
E pra não sair do assunto, fui reler o giro do qual vc falou.
Hehehe...e resolvi reler o livro.
Pfff.
Beijo

Tuesday, October 10, 2006 6:55:00 AM  
Anonymous Anonymous said...

Elucidativo demais. E, fala a verdade, não é bem esse o caso? Quer dizer, a gente realmente decide não carregar mais os defuntos. E acho que a gente se provou que também temos que - e no nosso caso conseguimos - não nos "defuntarmos" para os outros também. É um dedo no "move forward" e outro no "refresh tag"... sempre, ou sempre que possível.
Mas preciso discorrer sobre uma das coisas que aprendi lá pra baixo do barranco que é o distanciamento do objeto. Talvez nossa assimilação da leitura deva passar por um monte de filtros que,infelizmente, ficam com a trama mais "grossa" quando nos identificamos com a leitura e a genteacaba levando a coisa um pouco mais a sério do que devia e acaba meio que se vitimando da "Maldição do Pé-da-letra"... mas sempre é bom estar errado. Melhor ainda é quando não estamos...:o)
Beijo

Tuesday, October 10, 2006 8:03:00 AM  
Blogger Idem Ibidem said...

Quando rolar a feira, procura por lá Schopenhauer "Como vencer um debate sem precisar ter razão". Lindo! Lindo!

Tuesday, October 10, 2006 8:39:00 AM  
Anonymous Anonymous said...

Lindo?!?! Depende de qual lado vc está... meu pai foi ler isso aí. Que desastre,... se for mal-interpretado pode se tornar um suplício... pra quem tem que ouvir. Mas vou fuçar... :o)

Tuesday, October 10, 2006 3:25:00 PM  
Blogger Idem Ibidem said...

Ah não!
Você sabe bem do que eu estou falando...
Eu não indicaria essa leitura a muitos por aí, vc sabe.
Aliás, acredito que nem o próprio Schopenhauer sabia fazer bom uso do que ele estava escrevendo. Isso fica absolutamente claro em determinados pontos do livro. Mas vale a pena, dentre outros motivos, pelo humor (e vc sabe, humor de qualidade) da coisa.

Tuesday, October 10, 2006 6:03:00 PM  

Post a Comment

<< Home