As Idéias II - Teoremas de Roda-Pé

Quando Pierre de Fermat enunciou seu ultimo teorema, em 1670, no roda-pé de um livro de algebra que ele usava para consultas, ele sabia exatamente o que estava dizendo.
"É impossível para um cubo ser escrito como a soma de dois cubos ou uma quarta potência ser escrita como a soma de duas quartas potências ou, em geral, para qualquer número que é uma potência maior do que a segunda, ser escrito como a soma de duas potências com o mesmo expoente”. Ao que se sabe, Fermat teria encontrado uma solução para o problema, como se observa na seguinte nota atribuída ao mesmo: “Descobri uma demonstração maravilhosa desta proposição que, no entanto, não cabe nas margens deste livro”.
O problema é que levou mais de 350 anos para que uma demonstração fosse realmente aceita pelos matematicos. Deu até Nobel! E ainda assim, duvida-se até hoje se Fermat realmente conhecia essa demonstração.
Esse exemplo me leva a pensar que, nem sempre o que a gente acha que é, realmente é. Ou nem sempre os outros vao achar o que tem que achar a respeito do que a gente acha. Enfim, de novo, é a historia do baralho embaralhado duas vezes. Mas, mesmo sabendo disso, continuo pensando que a gente nao deve se preocupar com o que os outros vao achar daquilo que a gente acha. No entanto, talvez devamos nos preocupar, sim, com achar certo a respeito do que os outros acham. Em outras palavras, penso que devemos nos preocupar com as idéias que os outros tem, nao sobre nos, mas sobre si mesmos, para que dessa preocupacao, surja despretensiosamente, o respeito.